Blog

Lei da Reciprocidade Comercial: o Brasil respondeu — e não foi à toa

📌 Você sabia que os Estados Unidos impuseram uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros?
Pois é. Não foi só por economia. Foi política. Ideológica. E o Brasil resolveu responder.

Uma nova postura no jogo global

Em abril, entrou em vigor a Lei da Reciprocidade Comercial. Uma legislação simples na essência: se algum país aplicar barreiras injustas contra o Brasil, o país agora pode revidar — legalmente.

Soa técnico, mas é mais profundo que isso. Essa lei marca uma virada de postura: o Brasil finalmente decidiu deixar de apenas negociar e passar a se proteger.

Esse é um grande passo da diplomacia brasileira e do papel que o Brasil está tomando para si no cenário global. Diferente da síndrome de vira-lata que querem nos empurrar goela abaixo, o Brasil é e sempre foi um país com enorme potencial, e um dos maiores player internacionais atualmente.

O estopim? Uma sobretaxa com endereço certo

No início de julho, o governo dos EUA — sob comando de Donald Trump — anunciou que todas as exportações brasileiras seriam taxadas em 50%. Isso mesmo: café, carne, frutas, aço, máquinas, tudo.

O argumento foi “segurança nacional”.
Mas nos bastidores, o que se comentou é que a pressão vinha de outro lugar: gigantes da tecnologia americana preocupadas com os debates no Brasil sobre regulação digital. Aquelas discussões que envolvem fake news, responsabilização de plataformas, tributação de dados; a ideologia do liberalismo irrestrito e sem proteção social; e, claro, a noção de hegemonia do “poderoso” dólar americano (sic.)

Ou seja: o tarifão foi mais chantagem do que comércio, como bem pontuou Willian Bonner.

De onde saiu isso?

Segundo fontes próximas à diplomacia brasileira, o movimento teria tido o aval informal de aliados do bolsonarismo, especialmente de Eduardo Bolsonaro, que mantém articulação direta com o núcleo trumpista.

O recado era claro: travar o Brasil, na marra, para proteger os interesses ideológicos, ao tentar contribuir para “livrar” Bolsonaro da prisão iminente e interesses econômicos, como  das big techs e da noção de hegemonia do dólar no comercio internacional, estabelecida à partir do Acordo de Bretton Woods (1944).

Não é teoria. É política internacional na prática.

A resposta veio — e veio com lei

Com a nova lei sancionada em abril, o governo brasileiro passou a ter base legal para aplicar medidas equivalentes: tarifas, barreiras técnicas, suspensão de acordos. Tudo dentro da lei. Com critério. Com consulta diplomática. Sem improviso.

O decreto que regulamenta a lei, publicado agora em julho, definiu que a CAMEX (Câmara de Comércio Exterior) coordena a aplicação com participação do Itamaraty. E quem lidera o comitê é o vice-presidente, Geraldo Alckmin.

Ou seja, a reação do Brasil foi calculada, técnica, e — ao contrário do que se esperava — bastante serena.

Quando até aliados percebem o absurdo

O curioso é que nem a base conservadora saiu ilesa da decisão americana. Parlamentares ligados ao agro, à indústria de transformação e até exportadores da direita começaram a sentir o baque.

E então veio a pergunta que não calava:
por que penalizar o Brasil para “proteger” empresas dos Estados Unidos? (e todos os interesses por trás)

Ali, a tentativa de parte do Congresso de jogar a culpa no governo Lula foi neutralizada pelos próprios danos causados ao setor produtivo nacional. Quem articulou as tarifas lá fora não foi o Executivo brasileiro — e sim uma fração da oposição que flerta com o radicalismo externo.

Mais do que comércio: soberania

No fim das contas, a Lei da Reciprocidade não é só sobre tarifas.
É sobre autonomia. Sobre mandar um recado claro: o Brasil não é refém.

Pode negociar, sim. Pode cooperar.
Mas não vai mais aceitar sanções unilaterais travestidas de diplomacia.

Última palavra

A nova lei mostra que o Brasil entendeu o jogo. E decidiu jogar também.
Com respeito. Com lei. Mas sem baixar a cabeça. Uma jogada de mestre.

Compartilhamentos:
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *