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Lula espera tarifa dos EUA para retaliar — e aposta em diplomacia até o último minuto

O Brasil está pronto — mas ainda espera

O governo Lula já tem as ferramentas legais, o respaldo técnico e a decisão política para aplicar uma resposta comercial firme contra os Estados Unidos.

Mas ainda não puxou o gatilho.

A retaliação só virá se os EUA de fato impuserem a tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras, prevista para entrar em vigor no próximo mês.

📍 Até lá, a diplomacia segue trabalhando.
A ordem no Planalto é clara: esperar o ato formal de Washington antes de escalar a resposta.

A estratégia: firmeza, sem afobação

A decisão de aguardar não é sinal de fraqueza — mas de cálculo político.

Desde a sanção da Lei da Reciprocidade Comercial, em abril, o governo deixou claro que não usaria o instrumento como retórica, mas sim como ferramenta legítima de defesa econômica.

🧭 A lei prevê, inclusive, que a retaliação:

  • deve ser proporcional,

  • embasada por análise técnica,

  • e validada por órgãos como a CAMEX e o Itamaraty.

E é justamente esse caminho que o governo está seguindo.

O que Lula disse (e o que deixou no ar)

Durante um evento com industriais em São Paulo, Lula foi direto:

“Se os EUA realmente aplicarem essa tarifa absurda, o Brasil vai responder com firmeza. Mas esperamos que isso não aconteça.”

⚠️ A frase resume o momento: a retaliação está pronta — mas ainda não é irrevogável.

A diplomacia brasileira, segundo fontes do Itamaraty, está em conversas reservadas com setores do governo americano que não apoiam a medida proposta por Trump.

Nos bastidores, a leitura é de chantagem política

O Planalto e lideranças da base veem a ameaça tarifária como parte de um jogo geopolítico eleitoral.

📌 Donald Trump, em campanha nos EUA, tenta:

  • proteger empresas americanas de concorrência internacional,

  • atacar governos progressistas,

  • e pressionar países como o Brasil a frear regulamentações sobre big techs e medicamentos.

Segundo fontes da diplomacia, a comitiva de Eduardo Bolsonaro em Washington, semanas antes do anúncio das tarifas, pode ter servido como canal informal para tensionar as relações.

A postura do Congresso: apoio silencioso

Dessa vez, o Congresso não se adiantou.

Mesmo parlamentares da oposição — que aprovaram em peso a Lei da Reciprocidade — evitaram polemizar.

A avaliação nos bastidores é que não há espaço para criticar a postura do governo, já que o Brasil:

  • está agindo com respaldo legal,

  • buscando a via diplomática,

  • e priorizando estabilidade econômica, não confronto.

💬 “Se tiver que retaliar, que seja com base na lei que nós mesmos aprovamos”, comentou um senador do PSD, em reserva.

Você sabia que… 🧐

…a Lei da Reciprocidade foi votada com apoio da base e da oposição, e prevê medidas contra países que tomem decisões unilaterais e prejudiciais ao Brasil?

Aprovada em março, sancionada em abril, e agora finalmente colocada à prova.

O próximo movimento é dos EUA

O governo brasileiro já notificou seus principais parceiros comerciais e está pronto para acionar contramedidas em setores estratégicos — incluindo tecnologia, farmacêuticos e insumos agrícolas.

Mas só fará isso se os EUA oficializarem a tarifa de 50%.

🎯 Até lá, Lula aposta no tempo.
Porque, como disse um interlocutor do Planalto:

“Melhor vencer com diplomacia do que vencer com desgaste.”

Conclusão

O Brasil está em posição de força — mas com os pés no chão.
A resposta virá, se for preciso.
E virá com inteligência, legalidade e estratégia.

Enquanto Trump joga para a torcida, Lula joga com o relógio.

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